terça-feira, 29 de setembro de 2009

Decifra-me ou te devoro

Ser... Segundo o dicionario aurélio: Ficar, tornar-se; Consistir em; Significar; Custar; Ser natural de; Pertencer; Ser próprio, convir; Existir.
Eu fiquei louca, uma tarde. E não parei mais. Tornei-me uma vadia louca, na decência desse termo. O que consiste em muito mais também. Isso significa, não tão ruim quanto já vi serem , mas não tão boa quanto deveria ser. Custou-me muitas coisas, custou-me um irmão, a credibilidade da minha mãe, e a minha inocência. Isso foi natural de minha idade, ou não. Pertenci a um mundo desconhecido, que cheira a cores verdes. Foi de minha própria vontade e gostei. Hão de convir que é interessante.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sem mais

Esse querer sempre mais.
Essa tal de revolta ao olhar-se no espelho e pensar que você pode mais.
Que você precisa de mais.

Eu não quero ser a melhor, a mais inteligente, a mais rica.
Eu não quero me matar de estudar pra passar de oito a doze horas por dia trabalhando pra manter uma casa de quatro quartos, piscina e uma geladeira enorme.
Eu não quero ter uma conta no banco rechonchuda.
Não me interesso por marcas caras, por carros importados, e por competição.

Estou satisfeita com um apartamento minúsculo, com um passe de metro, e comer em um restaurante de esquina.
E fazer o que eu gosto, trabalhar no que eu quero, e viver do meu jeito.

A minha felicidade não esta a venda, meu respeito não está exposto em uma vitrine e não acho justiça na liquidação.

domingo, 20 de setembro de 2009

Just do it

Esse texto não vai falar sobre mim. Vai falar sobre pessoas. Vou falar da minha mãe, que muitas vezes ultrapassa a linha entre a tranqüilidade e o stress, mas sempre volta, com muito amor e pedidos de desculpa em forma de lagrimas. Vai falar sobre meu pai, tão longe, tentando estar perto e ao mesmo tempo não conseguindo nenhum dos dois. Vai falar sobre uma atriz, uma pessoa grandiosa, e tão simples, daquelas que você olha e sabe do que são feitas. Sobre uma menininha que tem tudo e ao mesmo tempo não tem nada. Sobre uma mulher perdida dentro dos seus sonhos. Sobre um garoto maravilhoso que tem um moletom preto. Sobre uma garota linda e magra que não reconhece isso. Sobre outra garota que tem muitos problemas e a cada dia faz de conta que não tem nenhum. Sobre uma outra garota que viu as coisas mudarem, e não sabe o que fazer, e por isso chora. Sobre duas amigas que já se juram amor eterno e por tantos desentendimentos jogaram todo um futuro e um passado a favor de um presente em silencio. Sobre uma garotinha que encanta a todos, mas que não sabe encantar a si mesma. Vai falar sobre uma professora que é mãe, e vê seus alunos como máquinas prontas a desistir de sua vida em prol de um conhecimento doentio, e que tem filhos que não se ajustam. De uma mãe que criou à sua semelhança uma mulher que terá um futuro diferente do dela. Sobre pessoas que eu nem conheço direito mais que eu sei da vida, dos segredos, de tudo.
Quer saber de uma coisa? Segredos não existem. Todo mundo sabe de tudo. A questão é, se você quer, se você acredita, se você deseja ou se você estava doidona de mais pra pensar em conseqüências, saiba, que nada é pra sempre, no fim tudo vem a tona e tua fama cai. Mas quem é que em um mundo de doentes realmente se preocupa com certo ou errado? Com moral? Ou com o amanha?
Na verdade, o que realmente seria o certo? E o errado? Pra você o que seria moral?
Pra mim o que importa é lucidez; aquela que te faz pensar nos teus atos, não pensar como as pessoas querem que você pense. Pensar se é isso o que você quer pra você. Quer sair por ai batendo em todo mundo? Então saia, só não sai por que viu isso em algum filme, ou por que você tava chapado. Quer dar? Dê, mas não dê por que te forçam a isso, dê por que você quer, quantas vezes você quiser e com quem você quiser e não ligue para o que falarem, pode te certeza que mais da metade das pessoas gostariam de estar fazendo o que você fez, só não tem coragem de mandarem o mundo ir cuidar de suas próprias vidas. No fim das contas, fazer o que você quer é a melhor opção, só se lembre que independente do que você fizer, existem as conseqüências. Saiba lidar com elas, e se não souber, não faça nada.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Triste fim de Policarpo Quaresma - Livro

"(...)
Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha feito ele da sua vida?
Nada.
Levara toda ela atras da miragem de estudar a patria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara sua mocidade nisso. A sua virilidade também; e, agora que estava na velihce, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condencorava?
Matando-o.
E o que não deixara de ver, de gozar, de fluir, na sua vida?
Tudo.
Não brincara, não pandegara, não amara - todo esse lado da existencia que parece fugir um pouco a sua tristeza necessária,
ele não vira,
ele não provara,
ele não experimentara.
Desde os dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades.
Que lhe importavam os rios? Eram grandes?
Pois que fossem.
Em que lhe contribuia para a felicidade saber os nomes dos heróis do Brasil?
Em nada...
O importante é que ele tivesse sido feliz.
Foi?
Não.
Lembrou-se das suas cousas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas...
Restava disso tudo em sua alma um satisfação?
Nenhuma!
Nenhuma!"

Lima Barreto

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

domingo, 6 de setembro de 2009

A loucura está nos olhos de quem vê

Todos os dias, um cara desce a minha rua assoviando bem alto.
Minha mãe diz que é um bebado, um louco, sem nada pra fazer a não ser encher o saco!
Eu penso, que loucos somos nós, que gastamos tempo com futilidades mas não entendemos um pedido de atenção.
No meio de toda aquela barulheira, ele pede ajuda. Ele não quer comida, dinheiro, um emprego. Ele quer que uma nação de surdos, cegos e mudos desviem-se da televisão e se deem conta que o mundo precisa deles.
Coitado, minha mãe diz que ele é um louco.