segunda-feira, 28 de junho de 2010

A tragédia me consome

Você as nao vezes se sente cansado? De lutar todos os dias? De acordar de manha e saber que você tem todo um dia pela frente e depois dele virao outros e mais outros, e você os vivera sem a menor ideia do por que de os estar vivendo, o do por que você nasceu e tem a vida que tem e que quando isso tudo acabar você ira simplesmente virar espuma como nas lendas de sereias. Chego a achar isso tudo irônico. Toda uma existencia e ninguém la de cima tem a decência de ter uma mísera explicativa conversa com você. Isso tudo se parece as minhas aulas de quimica, onde meu professor vomitava cinquenta minutos de formulas e formulas e eu nao nada entendia. E esse nem era o pior, e sim o fato que eu nao entendia o por que de estar ali, sentada, copiando o que ele escrevia no quadro, nao entendo ainda o por que de acordar todas as manhas para ir a escola, sentar-me e ver diversas coisas que nao me interessavam, para depois ter de decora-las,pois nao basta simplesmente entende-las, deveria tambem reproduzi-las fielmente um mes depois sobre um papel cheio de perguntas que se intercalavam entre estupidas e sem sentido e outras cheias de pagadinhas. Para assim mostrar, que alem de horas pela manha sentada, tambem passei tardes sentada no quarto estudando ainda mais para poder provar que sabia, que sei ainda mais do que algum outro. E entao passar no vestibular, entrar em uma boa faculdade e ter na minha frente mais cinco anos de vida sentada, para ser mais uma vez engolida por disciplinas e mais disciplina. Em quanto isso, uma vez por semana irei em uma alguma festa da faculdade para acabar com o meu figado, zuar com bixos em trotes, o qual ira repetir o mesmo exemplo quando a vez dele chegar. Me formarei em uma grande festa de seis mil reais por cabeça, a qual durara menos de cinco horas e terei enchido a cara e chorado imaginando o meu futuro dourado. Conseguirei um bom trabalho de dez horas diarias onde me esforçarei em conseguir mais duas, para assim ter uma conta rechonchuda no banco. Nesse meio tempo encontrarei a mulher da minha vida, e iremos acreditar que seremos eternos apaixonados, ela engravidara, engordara e enrugara. E irei reparar na empregada quinze anos mais nova do que a mulher que jurei amar e respeitar. Nesse meio tempo meus filhos irao mal na escola e terao problemas com drogas. Descobrirei um cancer no estômago, ficarei sabendo que a hipoteca da casa nao era la grande coisa. Trabalharei mais e mais, esquecerei que tenho familia e que filhos pedem mais do que uma grande mesada. E um belo dia vou morrer dentro de um belo carro, no meio de um transito caótico, vitima de uma tentativa de assalto relampago e entao, finalmente virarei espuma dentro de um oceano de por ques.

sábado, 26 de junho de 2010

A liberdade da dor

Ela a procurava tanto, por todos os lados, em todas as pessoas e na falta delas também.
Procurou entre garrafas semi vazias, bitucas de cigarros, banheiros femininos sem luz por onde passou afim de descobrir um pouco mais do que é ser jovem.
Mas o que ela mais gostava de fazer era correr. Correr para chegar do outro lado da linha. Correr para nao ter vontade de olhar pra tras.

Ela queria o depois. O momento que vira assim que ela fosse virar a proxima pagina. Passava de um copo a outro, de um amor a outro, de um papelote a outro. O futuro so lhe interessa se viesse como um tornado.


O que ela queria era sentir-se sem freio.
Pronta a desabar pela ribançeria.
Jogar-se de uma ponte, e dar de cara com a agua gelada do rio Sena.