quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vire a pagina

Aceite-me com imperfeições,
como aquele livro velho sem capa.
Aquele com as folhas amareladas e pedaços perdidos.
Não tente me dar uma nova capa, remendar os meus defeitos
ou colar os pedaços.
Não importa se você me der um aspecto limpo.
De quente de livraria.
A data de impressão sempre será a mesma.
O começo e o fim, também, sempre os mesmos.
O livro já esta escrito. Sempre esteve.
Não te resta nada mais do que sentar e ler.

Certos livros não são diários.
Não são feitos de lacunas onde completamos com palavras.
E não serão livros infantis para se colorir.
O meu A-Z já esta completo.

Não se engane.
Ao me achar na rua e pensar que pode me consertar.
Me dar uma vida nova.
Não me coloque na tua estante e não me encare com o olhar de quem acredita ter diante de si algo que vai se encaixar.

Minhas paginas estão fadas a se perderem pelo caminho,
você não vai querer ser aquele a recolhe-las.
Pronto a me recompor no meio do vendaval.

Olhe para mim, veja o que eu realmente sou.
O que de verdade sempre fui.
Algo com defeitos,
os quais não se camuflam ao desenrolar da historia.
Uma hora ou outra tudo despenca pela gravidade.
Leias as minhas pagina, se divirta com os meus contos,
apaixone-se pela heroína.
Mas não se deixe enganar, heroína também é uma droga.

Mas a historia é real e no meio de tantas palavras,
havia uma frase que dizia “eu te amo”.

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