terça-feira, 25 de agosto de 2009

Seven - Filme

- Você se queixa, reclama e me diz estas coisas. Se acha que está me preparando para horas difíceis, agradeço, mas...
- Mas você tem que ser um herói, você quer ser um campeão. As pessoas não querem campeões. Querem cheeseburguers, jogar na loteria e ver TV.
- Como você ficou assim? Quero saber.
- Bem, não foi uma coisa só, te asseguro.
- Prossiga.
- Não acho que posso continuar vivendo em um lugar que abraça e cultiva a apatia como se fosse uma virtude.
- Você não é diferente, nem melhor.
- Eu não disse que era, não sou. Olha, sou simpático, simpatizo totalmente. A apatia é a solução. É mais fácil se perder em drogas que lidar com a vida. É mais fácil roubar que trabalhar pra ter. É mais fácil bater que educar uma criança. O amor custa caro, requer esforço e trabalho.
- Estamos falando de doentes mentais, de assassinos loucos.
- Não estamos.
- Sim, estamos!
- Não, estamos falando do cotidiano. Você não pode ser tão ingênuo.
- Não fode. Está vendo? Você devia ouvir o que você diz. É você diz que o problema é que as pessoas não se importam. Então eu não me importo com as pessoas. Bobagem, sabe por que?
- Você se importa?
- Quer saber? Eu me importo.
- Você fará a diferença.
- Tanto faz, a questão é que você não para de falar isso porque acredita no que diz. E quer que eu concorde e diga: “Tens razão. É tudo uma merda, uma bagunça. Devíamos todos ir morar numa cabana no mato.” Mas não direi, não direi isso. Não concordo com você. Não concordo. Não posso. Vou pra casa, mas agradeço.

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